terça-feira, 11 de junho de 2013

Um precipicio de ilusoes

Capitulo final:

Bom depois de alguns minutos na escuridão completa,tive mais uns dois ou três espasmos involuntários,e então acordei,num quarto com paredes verde erva doce,uma mulher que estava a me vigiar se assustou e disse "Milagres talvez existam!",ela então correu para o corredor e voltou acompanhada por um homem de jaleco branco,idade?Devia ter la os seus quarenta anos...Ele me olhou e disse "Consegue falar",tentei mas não saiu mais do que um grunhido,ele então disse "Sente-se tonta?",fiz que não com a cabeça,ele sorriu e disse "Ótimo". Acordei,suponho que no dia seguinte,com uma enfermeira mexendo no meu pé,ela então disse "Pode sentir isso?" eu disse "Posso",apos isso o mesmo homem do dia anterior,chegou e disse "Ótimo então já pode falar também,sabe onde esta?" eu respondi "Num hospital eu suponho",ele sorriu e disse "Sabe por que?" fiz que não com a cabeça,ele me perguntou quais as minhas ultimas lembranças,contei a ele oque vivi em todo esse tempo,ele arregalou os olhos e saiu pelo corredor.Passaram algumas semanas e eu ainda estava em observação,o pior era que dessa vez eu não sabia porque.Em uma das tardes,acho que a primeira que choveu enquanto eu estive la,fui mandada a sala de um terapeuta,ele era um homem de altura mediana,ombros largos,rosto fino,nariz alongado e um olhar que talvez pudesse enxergar o fundo de minha alma,nunca vi olhar tao profundo quanto aquele,ao me ver,não sorriu,nem se quer disse algo,apenas apontou para uma cadeira a sua frente e eu me sentei,ele me olhou de cima abaixou,pegou uma ficha na mesa e disse "Então,do que se lembra?" contei a ele a historia na qual o medico não acreditou,ele me encarou curvando a sobrancelha esquerda e disse "Creio que não saiba como veio parar nesse hospital,bom sendo assim acho que eu terei de lhe contar,cabe a você acreditar ou não",olhei para ele confusa e disse "Certo",ele suspirou e me contou a seguinte historia "Bom há algumas semanas atrás você desapareceu,ninguém sabia onde a senhorita se encontrava,foi numa noite qualquer quando seu irmão passando de carro,decidiu por alguma razão parar e entrar num beco,la ele te encontrou caída,tendo delírios,te colocou no carro e te trouxe para cá,oque dizem era que você estava sob efeito de drogas,oque sei irmão diz é que foi culpa dos fortes anti-depressivos,ou seja isso que você narrou não aconteceu,pode ter acontecido ate antes de você encontrar o precipício mas apos isso não,entende oque eu digo?",afirmei com a cabeça e depois disse "Tem uma coisa que não contei" ele me encarou serio e disse "oque?",contei a ele a seguinte historia "Bom lembro-me de um pouco antes de tudo que já narrei,lembro de estar no enterro da garota que citei,lembro de ter ido ao banheiro e ao olhar para o espelho vi um vulto,vulto esse que eu segui,segui ate em casa,o quarto branco,ele é o meu quarto,lembro de ter ouvido alguem me chamar,lembro de estar muito triste com a morte dela,eramos muito próximas,lembro que derrepente não ouvia mais nada,lembro que vagava pela rua e depois só escuro",ele sorriu e me fez algumas perguntas,as quais eu deveria responder apenas com sim ou não,eu ate diria quais perguntas,mas eu não me lembro.Oque importa foi que nos meses que passei no hospital,acho que quatro tentavam de toda a forma me convencer que oque eu me lembrava não havia acontecido,e quanto mais eu afirmava que havia acontecido,para mais sessões de terapia eu era mandada,um dia o psicologo me aconselhou "Se você realmente acredita no que narra,finja então que acredita neles ou nunca sairá daqui". Foi oque eu fiz e algumas semanas apos isso estava de volta a minha casa,e ao meu branco quarto,nunca ficou claro o porque eu fiquei dias desacordada e quase sem sinais vitais,também nunca ficou claro se oque eu contei era verdade,eu creio que era,algumas vezes enquanto eu refazia minha vida apos minha saída do hospital,em situações em que eu estava sob pressão eu ainda podia ouvir a voz daquela garota,nunca contei isso a ninguém,mas isso me ajudou muitas vezes a tomar decisões difíceis e a lembrar que eu não posso acabar com tudo simplesmente porque algo não me agrada,pois acabaria por entristecer pessoas que querem me proteger desse tipo de coisa,pessoas que realmente me amam e se importam comigo,eu agradeço a esses acontecimentos,ocorridos no lugar que apelidei de o precipício das ilusões,tendo eles de fato acontecido ou apenas acontecido dentro de minha cabeça.

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